Pai

Ser pai é o que mais me transforma. É onde mora o meu maior amor e, muitas vezes, minha maior dor também.

Eu sou pai da Ana Laura. E mesmo nos momentos em que a vida nos impõe silêncios, distâncias ou desentendimentos, o que nunca muda — e nunca vai mudar — é o amor que sinto por ela. Ser pai não é só estar perto quando tudo vai bem. É seguir amando, respeitando, esperando, mesmo quando os caminhos se desencontram.

Sempre lembro das noites lendo junto, das conversas, dos nossos passeios regados a piadas internas e do orgulho enorme de ter despertado nela um amor pela leitura, que eu considero o maior legado que deixei. Ver minha filha se tornar uma leitora voraz, capaz de construir argumentos, inclusive contrários aos meus, me emociona. Isso é formação, isso é liberdade.

Ser pai é ser inteiro, mesmo quando falta um pedaço. É ser presença, mesmo quando o mundo só vê ausência. É seguir, todos os dias, com fé, com esperança e com a certeza de que amar vale a pena — sempre.